Sua origem é
totalmente desconhecida, mas
são considerados
descendentes do antigo a
extinto canário gigante de
Gantes, que chegou à
Inglaterra por volta de 1700
e que possivelmente foi
cruzado com um canário
comum.
Diferentes autores
consideram que o topete que
enfeitava sua cabeça foi
produto de uma mutação,
considerando sua especial
configuração manifestando-se
só na parte dianteira de sua
cabeça e que não havia em
nenhuma outra raça. O máximo
que se tem conta é que em
1700 existiam canários com
topetes sem qualidade na
Alemanha, porém com as
características dos topetes
atuais.
Os criadores
ingleses, grandes mestres da
criação que nos deixaram
tantas raças de Postura
lisa, com sua meticulosidade
cruzaram as bases e
conseguiram o maior canário
que se tinha conhecido.
Por volta de 1900 era
conhecido por MANCHESTER
COPPY, para posteriormente
passar a chamar LANCASHIRE
COPPY (com topete) e
LANCHASHIRE PLANNED (cabeça
lisa).
Era um pássaro esbelto e
encorpado com estatura entre
22 e 23 centímetros e como
todo gigante eram lentos, de
temperamento um pouco
apático com movimentos
lentos e mal reprodutores e
que com a aparição do
Yorkshire, perdeu o
interesse dos aficionados,
extinguindo-se aos poucos.
Os últimos exemplares vivos
foram datados um mês antes
do início da Segunda Guerra
Mundial.
Em alguns museus ingleses de
história natural, existem
alguns exemplares
dissecados, igual ao também
extinto “London Fancy”. Há
uns 35 anos, aficionados
ingleses e belgas, estão
tentando a reconstrução da
raça que nunca foi excluída
do catálogo de Raças
reconhecidas pela COM.
O Lancashire atual é
igual ao Bossu Belga, numa
segunda versão em ambos os
casos muito distante no
momento da original.
Sua reconstrução é baseada
nos únicos canários que
podiam ocasionar alguma
base, como o YORKSHIRE por
seu corpo e o CREST por seu
topete.
O trabalho é árduo e
tremendamente difícil,
precisa de uma alta dose de
paciência e tempo. As metas
buscadas são:
-Aumentar a estatura que
atualmente não supera os 18
centímetros;
-Modelar a forma do corpo
estilizando o bloco que forma os
Yorks;
-Conseguir uma plumagem mais
extensa que a atual;
-Obter um topete típico, em
forma de ferradura.
Essa reconstrução está
progredindo, mas muito
lentamente. Na última Exposição
Internacional de Reggio Emilia,
tive a oportunidade de poder
observar atentamente os
Lancashires expostos junto com
meu amigo e colega Giuliano
Passigniani, concordando que os
progressos são evidentes, mas o
caminho a percorrer ainda é
longo.
Toda comparação é
muito difícil, havendo conta que
a versão original só existe no
papel e atendo-se conforme o
padrão, resta ainda muito
trabalho a ser feito.
Na minha opinião, conforme se
consiga melhorar o corpo, que em
muitos casos são todos do
Yorkshire, a silhueta do
pássaro, ganharia muita atenção.
Penso que o LLARGUET ESPANHOL
poderia contribuir bastante a
esse respeito.
Há algum tempo, li uma
tradução da revista inglesa “Old
Varieties Association” que
dizia: “No dia em que algum
afortunado criador de Yorkshire,
ou seja, Lancashire, venha a
nascer um pássaro que ao chegar
a adulto tenha dois centímetros
a mais que o normal, estaremos
quase no final desejado, pois o
aumento da estatura deve ser
produto de uma mutação, nunca
por uma seleção”.
Aficionados e juizes se
perguntam porque não se muda o
padrão ajustando-o a realidade.
A Federação Inglesa e a COM não
se pronunciam a respeito, porém
a lógica nos leva a conclusão de
que persegue que os aficionados
continuem motivados na busca de
alcançar, mesmo que em longo
prazo, a maior perfeição
possível.
Nós juizes temos uma grande
responsabilidade e devemos
manter uma atitude positiva,
destacando o bom do pássaro e
evidenciando o negativo para
susceptível melhora, porém nunca
dando pontuações excessivas que
nas circunstâncias atuais, o
pássaro não ,pode alcançar nem
tão pouco caindo por terra às
ilusões dos aficionados.
Desenho e Padrão Oficial da COM
Topete e Cabeça
Topete: Em forma de ferradura,
somente na parte dianteira. As
penas nascem de um ponto
central. A parte posterior deve
contundir-se com as penas do
pescoço sem interrupção. Deve
deixar visível a metade do olho.
Os topetes melânicos são
admitidos, porém têm preferência
os claros.
Cabeça Lisa: Forte e
ligeiramente aplanada com
sobrancelhas/pestanas bem
marcados. Bico proporcional e
cônico.
Estatura: 22 a 23 centímetros
Corpo e Posição: Corpo largo e
esticado, peito cheio e robusto.
Cauda longa e ligeiramente
penteada. Asas largas com as
extremidades ligeiramente
levantadas dando origem à
posição do rabo. Posição
erguida.
Pescoço e nuca:Pescoço curto e
robusto marcando nuca e
garganta.
Costas: Larga e maciça. Ombros
cheios e arredondados.
Plumagem e patas: Plumagem lisa,
abundante e larga. Patas largas
e ligeiramente flexionadas.
Cor:
Somente lipocromo amarelo ou
branco, sem manchas melânicas.
OBS.: No Brasil é aceito os
canários pintados e melânicos.
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